Wednesday, February 28, 2007

Direito à Igualdade de Orientação Sexual

A direita tem uma tendência terrível para querer fazer do estado uma catequese e da legislação direito canónico. Mas a verdade é que vivemos num estado laico onde não existem institutos legais que pertencem a uma ou outra religião. Temos também uma constituição que garante o direito à igualdade, independentemente da orientação sexual de cada um.

Partindo destes pressupostos podemos concluir que temos um código cívil desactualizado no que se refere ao casamento. Além de desactualizada, esta lei é também discriminatória em relação aos homosexuais, por não permitir que os mesmos casem entre si. Visto isto só há uma solução para que se respeite a liberdade de orientação sexual de cada um: legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Um país moderno e democrático como Portugal, que recentemente se mobilizou para acabar com o flagelo do aborto clandestino, também deveria respeitar o direito à diferença. Exemplo disto mesmo são os nossos vizinhos espanhois, que através de Zapatero legalizaram o casamento entre pessoas do mesmo sexo, isto para não falar da Holanda e de Inglaterra, por exemplo.

Sabemos que a direita viverá sempre agarrada ao passado, sempre presa aos dogmas da igreja e do conservadorismo. Mas os ventos sopram do futuro e a esquerda moderna deve acompanhar a sociedade nas suas mudanças. Se é permitido duas pessoas do mesmo sexo viverem em regime de união de facto porque não podem as mesmas casar? Cabe ao estado interferir na orientação sexual de cada um? Tem o estado o direito de retirar regalias a dois cidadãos do mesmo sexo que decidem partilhar uma vida? Parece-me que não.

Sei que já foi apresentado um Ante-projecto de Lei pela Juventude Socialista, que irá em tempo oportuno ser discutido e apresentado a votação na Assembleia da República. Estou esperançado que a Esquerda se vai unir e através dos seus deputados aprovar uma lei que acabará, em parte, com a discriminação de pessoas em virtude da sua orientação sexual.
João Gomes

37 comments:

João Prazeres de Matos said...

Creio que 25.34% do eleitorado não representa uma mobilização "para acabar com o flagelo do aborto clandestino"...
"Cabe ao estado interferir na orientação sexual de cada um?" - quem tem a mania de meter o estado em tudo não é a direita...
"esta lei é também discriminatória em relação aos homosexuais, por não permitir que os mesmos casem entre si." - eles podem casar entre si, contando que não seja do mesmo sexo...!
"Se é permitido duas pessoas do mesmo sexo viverem em regime de união de facto porque não podem as mesmas casar?" - precisamente porque são do mesmo sexo!:)

Snu said...

Só gostava que me explicasses porque é que a esquerda liga a modernidade a questões como liberalização do aborto e a legalização do casamento entre homosexuais...já nem quero falar da adopçao por parte de homosexuais...
Sinceramente nao percebo como é que tais factores podem ser indicadores de modernidade...
Desde quando poder abortar sem qualquer limite...ou ir contra a própria natureza (sim, porque uma relaçao entre pessoas do mesmo sexo, vai contra todos os padrões normais da propria natureza) pode ser considerado um sinal de evoluçao ou de modernidade de um pais??

José Baptista said...

Caro João,

A estado é laico, não há dúvida! Então mas o que será do Estado se não for a igreja a proporcionar por todo o país os serviços de ATL para milhões de crianças e lares da 3ª idade para muitos mais?
É bom dizer que o Estado é laico quando a sociedade recebe da igreja aquilo que não consegue dar. E quando é a igreja pioneira nestes serviços? Não é dificil encontrar, há instituições destas por todo o lado.

Quanto ao Estado Espanhol: Lá vamos nós para os "nuestros hermanos". Olha, de terras ibéricas de lá da fronteira nem a fruta se aproveita quanto mais os casamentos homosexuais! Parece que em Inglaterra as expectativas ficaram áquem do que se esperava.

Querem o quê para Portugal?
Tornar isto numa sucursal das ilhas que albergam os maiores paraísos fiscais mas em versão abortífera e gayzola, SÓ PODE!

Caro Amigo João, esta não é uma boa bandeira política!
Tal como sabes esta é a minha opinião e não sou do CDS/PP!

Um abraço

JBaptista

João Gomes said...

Continuam sem me dar nenhuma explicação óbvia para duas pessoas do mesmo sexo não poderem casar. Vocês que não gostam nada que o estado se meta na vida das pessoas e se dizem liberais... continuam se me explicar o porquê do quererem meter ao baralho no que respeita à orientação sexual de cada um...

Quanto aos "padrões naturais da natureza", esses para mim incluem a igualdade. Aliás o estado natureza é isso mesmo, um estado de igualdade entre os homens.

Quanto ao papel da igreja. Concordo contigo José, mas acho que é uma obrigação do estado e não da igreja fazer ATL's.

Abraço socialista.

André Cruz said...

O é que o casamento tem a ver com a orientação sexual?
porque é dado apriori que um casal tenha de ter relações sexuais entre sí?
se os homosexuais actualmente só podem casar com pessoas de outro genero...
poderia-mos dar-lhes o gosto de se casarem com a pessoa que querem, e que sejam felizes

André Cruz said...

O é que o casamento tem a ver com a orientação sexual?
porque é dado apriori que um casal tenha de ter relações sexuais entre sí?
se os homosexuais actualmente só podem casar com pessoas de outro genero...
poderia-mos dar-lhes o gosto de se casarem com a pessoa que querem, e que sejam felizes

RICARDO PITA said...

concordo com tudo o que referiste no post.mas, ainda assim, penso que se deve ir mais longe e permitir a adopção por casais homossexuais. o argumento que muitos conservadores apresentam de dafirmar que as crianças não saberiam a quem chamar pai ou mãe é falacioso porque´só pensam assim aqueles que se agarram ao que está institucionalizado esquecendo que o interesse superior das crianças é melhor tutelado se eles tiverem quem efectivamente se preocupe com elas, independentemente de serem homossexuais ou heterossexuais

DBS said...

João,
O casamento é uma instituição milenar, que SEMPRE consistiu na união de um homem e de uma mulher. Eis uma razão para dois homossexuais não se poderem casar. Mais motivos: Tu consentirias no casamento entre um homem e o seu cão, ou entre uma mulher e o seu gato por exemplo? O dono podia amar profundamente o seu cão...seria motivo para os casar? Com os homossexuais é o mesmo...simplesmente não se enfia numa instituição algo que lhe é adverso...não se casam homens com gatos, nem homens com homens.
Ainda podes adicionar outro motivo: é contra natura. Não sei se acreditas em Deus, mas na Natureza pelo menos acreditas, e se a natureza fez o homem e a mulher, e os homens instituíram que o casamento seria uma união entre dois seres de sexo diferente não há aqui nenhuma violação ao direito à igualdade. Trata-se de forma igual o que é igual e de forma diferente o que é diferente.
O estado natureza não é a igualdade pelo amor de Deus! Se fosse igualdade haveria pássaros a comer crocodilos e canários a ensinar matemática. Tudo na natureza tem uma hierarquia, uma razão de ser. Os homens das cavernas tinham relações hierárquicas entre eles, e até esses sabiam que o seu parceiro devia ser feminino no caso dos homens e masculino no caso das mulheres.
Permitir o casamento entre homossexuais é atentar contra uma instituição com raízes muito antigas e minar uma instituição que, quer gostes ou não, é um pilar da sociedade civilizada que é a Família. Dois homossexuais nunca formarão uma família mesmo que os deixem casar. Antes pelo contrário, pervertem a ideia de casamento e de família.
No que toca à separação Igreja/Estado não me vou pronunciar, 1º porque não concordo com a laicização do Estado e 2º porque neste caso a Igreja nem tem de interferir para defender a História e a Natureza.

João Gomes said...

David,

Não permitiria que uma pessoa casa-se com um cão, porque o último não tem personalidade jurídica e logo não podem celebrar um contrato civíl. Sim, o casamento não é uma instituição milenar, é à vista legal apenas um contrato civíl.

Quanto ao argumento de ser contra-natura também não concordo. Contra-natura é o estado (ou seja o colectivo) ter o direito de dizer a uma pessoa individual que a mesma não pode celebrar um contrato civíl com uma pessoa do mesmo sexo.

Abraço

Snu said...

Joao,
Poderia falar de tudo o que já foi aqui comentado, discordo com muita coisas, especialmente com o facto de os homossexuais poderem adoptar crianças...Mas nem vou entrar por aí, pois se o casamento entre eles jáme incomoda, o facto de poderem adoptar uma criança então...
Mas vou me cingir à resposta que deste ao meu post,ou seja:

Quanto aos "padrões naturais da natureza", esses para mim incluem a igualdade. Aliás o estado natureza é isso mesmo, um estado de igualdade entre os homens.

Desde quando existe igualdade na natureza?Desde quando a igualdade é um padrão normal da natureza? Se observares bem o mundo à tua volta vais ver que igualdade é mera ilusão, não existe (e sinceramente nem sei até que ponto seria bom que de facto existisse, mas isso já são outros quinhentos), pelo contrario a natureza é completamente hierarquizada, tudo na natureza tem uma hierarquia e nada é tratado de forma igual!
Além disso tu que defendes que o casamento é apenas um contrato civil, caso o casamento homessexual fosse legalizado, a lei iria contra um dos princípios da constituição que tu tão bem deves conhecer...Tratar o igual de forma igual e o diferente de forma diferente...Sendo assim, acho que não tem a minima lógica, quereres que um casal de homessexuais tenha os mesmo direitos ou mesmo que seja considerado igual a um casal heterossexual, pois de iguais nada tem, logo acho óbvio que sejam tratados de forma diferente!
E desculpa voltar a bater na mesma tecla, mas ainda não me explicas-te porque é que, e como é que a liberalização do aborto, a legalização do casamento homossexual e a legalização da adopção por parte destes pode ser visto como um factor de evolução e modernização de uma sociedade!É que gostava mesmo de conseguir compreender tal coisa...Porque na minha óptica estes facto podem ser factor de muita coisa, mas nunca de evolução e modernização de um país...
Beijinho

João Gomes said...

Leonor,

Quanto mais aberta à mudança, quanto menos presa aos preconceitos, quanto menos ligada a dogmas sociais e religiosos, mais evoluída é uma sociedade. Por isso é que a interrupção voluntária da gravidez até às 10 semanas (e não o aborto livre) e o casamento civíl entre pessoas do mesmo sexo são exemplos de uma sociedade moderna.

No que diz respeito à CRP, sabes que tal como eu, que a mesma tem um forte pendor socialista e equalitário. Afirmando inclusivé que ninguém pode ser discriminado com base na sua orientação sexual.

Um Beijinho.

Snu said...

João,
Estar aberta à mudança não significa estar aberto a tudo, ou achar que se deve mudar tudo.Acho que de facto que o nosso país precisa de algumas mudanças, mas mudanças lógicas, racionais e que não passam por uma liberaçização do aborto ou por uma legalização dos casamentos homossexuais...Sim, porque não me venhas com histórias que interrupção (que não é interrupção, mas sim um fim, porque uma gravidez não se pode interromper...) voluntária da gravidez é diferente de aborto livre...São expressões sinónimas, a partir do momento em que existe uma interrupção voluntária, existe uma liberdade de se fazer quando se entender...Logo, acho que aprovada a lei o aborto vai ser livre!
Quanto à questão da CRP, acho que os homessexuais não são discriminados, pois enquanto pessoas singulares continuam a ter os mesmos direitos, tal como os heterossexuais, mesmo o direito de se casarem...Apenas como foi já foi referido não se podem é casar com uma pessoa do mesmo sexo, mas casar podem casar à vontade, não existe nenhuma lei que o proíba...Logo não vejo onde possa haver discriminação, ou mesmo uma forma diferente de tratamento!Os homossexuais, que eu saiba tem os mesmo direitos que eu, que tu e que todos nós!Agora não queiram é inventar e fazer de um relacionamento entre homessuxais um casamento!Apenas se querem uma relação diferente do que está previamente estabelecido, têm que aceitar que esta tenha um tratamento diferente...Lá está tratar o igual de forma igual e o diferente de forma diferente...É isto que acontece, como pessoa individual eles são iguais, logo têm os mesmos direitos e deveres, como casal, são diferentes, logo só têm que ser tratados de forma diferente!
Beijinho

João Gomes said...

Tratar uma pessoa de forma diferente é discrimina-la em função da sua orientação sexual. Aqui ninguém está a falar no direito que os mesmo têm de casar com uma pessoa do sexo oposto, mas no direito que os mesmos deverião ter em casar com a pessoa de quem gostam, independentemente de ser ou não do mesmo sexo. O casamento não é para pessoas do sexo oposto, porque não passa de um contrato civíl, como tal tem que ser assim encarado e só podes ter uma posição racional sobre o assunto quando abordares o tema deste prisma.

Snu said...

Se o casamento não passa de um contrato, tal como tu próprio afirmas-te basta-te leres o art. 1577º para veres que o casamento é sim para pessoas do sexo oposto. Poupo-te o trabalho de ires ao código civil e passo a transcreve-lo:

"Artigo 1577º (Noção de casamento)
Casamento é o contrato celebrado entre duas pessoas de sexo diferente que pretendem cosntituir família mediante uma plena comunhão de vida, nos termos das disposições deste Código."

Ora, se o casamento é apenas um contrato, em primeiro lugar não percebo esse teu argumento de os homessexuais terem o direito de casar com a pessoa de quem gostam, depois se é um contrato e se a própria definição desse mesmo contrato diz que é celebrado entre duas pessoas de sexo diferente é porque de facto o casamento é para ser celebrado entre pessoas do sexo oposto. Mudar as condições para que o contrato casamento seja válido era o mesmo que a escritura pública deixasse de ser necessária para o contrato de compra e venda de bens imóveis (art.875º do CC).Ou seja, não acho lógico que se mudem os pressupostos necessários para a celebração de um contrato!Tal como como é exigida a escritura pública para o contrato de compra e venda de bens imóveis é exigido que o contrato casamento se realize entre pessoas de sexos opostos!

E continuo sem perceber onde está a discriminação!Que eu saiba um homossexual tem os mesmos direitos e deveres que qualquer pessoa heterossexual!Até o de se casar...Apenas como em qualquer contrato, caso não se verifiquem os pressuposto exigidos pela lei para a sua celebração este não é válido!Sendo, o pressuposto exigidos para o contrato casamento o facto de ser realizado entre duas pessoas do sexo oposto, caso ente não se verifique o cantrato não é válido!Tal como não é válido o contrato de compra e venda de bens imóveis sem escritura pública!

DBS said...

João,

Se formos reduzir tudo na sociedade a uma questão de Direito, então estamos bem tramados, porque os Homens criam o Direito e os Homens são livres de positivar tudo o que lhes apetecer.
O casamento não é uma instituição milenar? Essa é nova. O que queres dizer é que o casamento regulado pelo Direito Civil não é milenar talvez. Mas repara, um Código Civil rege aspectos de uma sociedade, se uma sociedade é baseada na Familia e nas relações homem/mulher então nunca na vida fará sentido que um Código civil possibilite meios de destruição da Familia e da sociedade que supostamente geria. Uma união de facto é um contrato civil, um casamento é mais que um contrato civil. Dei o exemplo do cão porque o argumento que os homossexuais usam é que eles também se amam e querem o mesmo "direito a casar" que as pessoas normais. Também à quem ame os seus animais e não se pode casar com eles exactamente porque não tem personalidade juridica. E não tem porque? Não são seres vivos? Não tem afectos? Não se pode porque simplesmente não é normal.

É contra-natura o Estado regular os casamentos? Por essa ordem de ideias o melhor seria não haver de todo estado. É claro que o Estado tem de intervir na sociedade, é claro que o Estado tem de controlar o Direito, o Estado deve proteger os interesses da maioria da população e tem de fazer o que é melhor para o seu povo. Achas mesmo que os Portugueses acham normal casar homossexuais? Não não acham. E não acham porque não é. É uma questão de ciência. O Estado não diz que fulano X não se pode casar com fulano Y. O Estado diz "O casamento é a união entre um homem e uma mulher." Vale para todos. Por essa ordem de ideias porque é que o Estado não me deixa casar com 3,4,5,6 mulheres? Desde quando é que o Estado teria o direito de me impedir de ser bígamo? Pela tua ordem de ideias se dois homens se podem casar então também deveria ser permitido um homem casar-se com várias mulheres e vise-versa.

É uma questão de bom senso. O Estado TEM de intervir em sectores da vida privada de todos, porque senão viveriamos em Anarquia. O Estado TEM de zelar pelos interesses da maioria, senão não poderiam despenalizar o crime de aborto porque como há pessoas como eu que são contra se o Estado despenalizar eu estou a sentir-me atingido porque o Estado está a agir contra as minhas ideias e contra as minhas crenças. Não faz sentido argumentar isto, logo não faz sentido o Estado alterar um instituto só porque uma minoria de gays querem "casar"...

Fábio Gomes Raposo said...

Penso que a parte mais importante no que ao casamento entre pessoas do mesmo sexo diz respeito não é a da eventual desigualdade a que estão sujeitos. Nem sequer é o facto de ser contra natura ou não.
Em primeiro lugar, a proibição do casamento entre pessoas do mesmo sexo não discrimina ninguém. Os homossexuais podem casar na mesma, tal como os bissexuais, ou os heterossexuais. Não lhes é retirado esse direito, pelo que este argumento, para mim, é fraco.
Em segundo lugar, 2 homens ou 2 mulheres viverem em comunhão é, de facto, contra natura. Não há duvidas disso, o homem foi feito para a mulher e vice-versa.

No entanto, creio que o factor mais importante que deve ser analisado será o factor social. É ou não uma realidade que existem casais homossexuais? É.
E é ou não indubitável que esses casais fazem parte das sociedades modernas e que temos que aceitar esse facto, quer queiremos, quer não? É.
E é ou não verdade que a lei já reconhece os homossexuais como casais e confere-lhes direitos, como é exemplo na união de facto? É também verdade.
Assim, só falta saber se a lei deve, ou não, ir ainda mais longe. Se deve, ou não, adaptar-se às alterações sociais que vão surgindo no ordenamento jurídico a que diz respeito. Se deve encarar esses factores sociais, ou se os deve reprimir, ainda que existam de qualquer forma. Acho que a resposta é óbvia.

Aproveito ainda para saudar os autores do blog. Continuem.
Abraço.

JFFR said...

Caro David Baptista Silva,

O casamento entre homem e mulher SEMPRE constituiu e CONTINUARÁ a constituir uma instituição milenar. Se os homossexuais puderem fazer o mesmo, onde é que o deixará de ser?
Isso não é argumento.

Também não é argumento e, desculpe-me a franqueza, é até bastante patético virem falar da bestialidade e todo um grupo de coisas que não tem a ver com homossexualidade, simplesmente porque não arranjam mais nada de válido para dizer.
Se eu acho bem que se casem um homem e um gato? Claro que não! Agora diga-me o que é que isso tem a ver com uma relação homossexual, que ainda ninguém percebeu.

Já sei. Agora vai-me falar de "e achavam bem que duas irmãs se casassem só porque lhes dava mais jeito em termos de organização de vida?", que é só mais um daqueles argumentos idiotas de quem gosta da preguiça intelectual.
Que eu saiba, o casamento entre um irmão e uma irmã não é permitido, pois que não percebo porque se levanta a questão cada vez que se fala nas uniões homossexuais.

O David diz também, todo seguro de si: "Dois homossexuais nunca formarão uma família mesmo que os deixem casar."

Por isso é que a Associação Pediátrica Americana apoia a adopção por casais homossexuais.
Convença-se de uma coisa: é precisamente o inverso. Mesmo sem casamento, há casais homossexuais que têm uma família, sim, que criam crianças, e são mais casos do que você pensa. E, só mesmo por acaso, elas não saem deformadas ou com graves perturbações psicológicas. Crescem para ser pessoas normais. Portanto páre lá com a verborreia, sff.

DBS said...

Caro "JFFR"

Dei o exemplo dos casamentos com animais porque são igualmente CONTRA NATURA. Não disse que o casamento não era instituição milenar, antes pelo contrário. Acontece que essa mesma instituição SEMPRE consistiu na união de um homem com uma mulher. O casamento É e será SEMPRE uma união HOMEM/MULHER, logo dois homossexuais nunca poderão querer contrair matrimónio.
Quanto à adopção por casais homossexuais nem me pronuncio porque só a ideia é NOJENTA, e ATENTA contra as crianças. Por mim a Associação Pediátrica Americana até pode dizer que as galinhas ganharam dentes que não merece nenhum crédito. Aliás no que toca a organizações sociais não me parece que os EUA sejam exemplo seja para quem for. Dois homossexuais não podem criar crinças sem lhes causar danos psicologicos graves. Pense só na situação das mesmas na escola, quando todas as outras crianças tem pais normais, essa criança tem duas mães ou dois pais...sinceramente. Defender a adopção por homossexuais não merece mais argumentação de tão MONSTRUOSA que tal ideia é...

Por isso caro "JFFR", olhe para o que escreve antes de falar em verborreia...e peça a Deus que não o castigue por essas ideias absurdas...

JFFR said...

Caro "David Baptista Silva"

A Associação Pediátrica Americana deve saber mais do que você sobre o assunto. E deixe lá estar Deus, ele tem mais que fazer do que dar atenção às coisas que lhe metem nojo.

Pois você também pode espernear, berrar, alarmar, dizer que é um atentado contra as crianças, mas o que é facto é que existem famílias constituídas por casais homossexuais. Quanto ao que vão dizer os coleguinhas na escola, se essa é a maior das suas preocupações, já fico mais descansada. É que há trinta anos atrás, dizer-se que se era filho de pais divorciados era um escândalo (espere, você também deve achar que divórcio dá direito a um bilhete para o inferno).

Eu tenho uma notícia para você, meu caro. Vocês que gostam tanto de falar de natureza e contra-natureza, bem podiam realmente olhar para o mundo animal e constatar que existe homossexualidade. são factos científicos. Acha que os animais também andam a ofender a Deus?

DBS said...

Cara JFFR

Antes de mais o que eu disse é que a Associação Americana não me merece qualquer crédito.
Quanto à natureza, também me parece mais do que provado cientificamente que o homem foi feito para a mulher e vice-versa. Ou vai dizer que não?
E não NÃO existem famílias de casais homosexuais porque isso NÃO é uma família. Uma familia é constituida pelo pai, mãe, filhos, avós, irmãos...Ora que eu saiba os homossexuais NÃO podem ter filhos...a NATUREZA não deixa, e logo não podem constituir uma familia nos padrões normais. Se quer insistir na ideia que duas pessoas do mesmo sexo a viverem juntas são uma família força, faça o que quiser, mas o que é certo é que NÃO é.
Quanto aos animais, tirando os asexuados, há sempre um macho e uma fêmea...que eu eu saiba nunca se ouviu uma coisa do género "familia de elefantes machos dá à luz elefante bébé"...
Quanto ao divórcio, não queira comparar o divórcio com a sujeição de crianças à turtura psicologica de terem de crescer com dois seres "doentes" como pais.

E não se preocupe com os bilhetinhos para o inferno. Mesmo que não seja lésbica ou divorciada, certamente Deus já lá tem um bilhetinho com o seu nome.
E os animais não ofendem a Deus porque são irracionais. Deus não criou os animais à Sua imagem, criou o Homem, é o Homem que não deve ofender a Deus.

David Martins said...

Só espero que não se tenha misturado o tema em questão com Direita e Esquerda.

JFFR said...

Segundo o David Baptista Silva, a NATUREZA não deixa que homossexuais tenham família.

Acabem já com os processos de adopção. Casais heterossexuais infertéis não podem nunca criar uma família porque a NATUREZA não deixa.

DBS said...

Não seja ignobil JFFR. Está a comparar o drama de um casal (por casal entenda-se homem e mulher) que não pode ter filhos por uma infelicidade biologica, com um "casal" de homossexuais que não pode ter filhos NUNCA.
Os casais inférteis sofrem muitas vezes por não poderem ter filhos e constituir uma familia. Os maricas não sofrem porra nenhuma por não poderem procriar e escusa de me vir com os dados da Associação Americana para o Combate à Infelicidade Gay que esses argumentos não procedem.

Queira Deus que a menina não venha a passar pela dor de querer ter um filho e não poder. Pode ser que deixe de fazer comparações idiotas.

JFFR said...

Caro David

A resposta que me deu diz bem do seu carácter. Que sabe você sobre os desejos, aspirações e dores dos outros? Nada - você não faz a mais pálida ideia.
É essa tendênciazinha totalitária face à vida íntima dos outros que mais me choca.
Apetece perguntar quem é que realmente é "doente".

DBS said...

Cara JFFR

Essa das "tendencias totalitárias" é uma boa desculpa para se tentar esquivar.
Não é preciso controlar as vidas alheias para se ter conhecimento ou não de dramas de muita gente. Ou a menina agora vai dizer que ninguém sabe nada sobre a sociedade em que vive? É que se a menina não conhece a sociedade em que está incerida então está mal, muito mal...daí essa sua ideia de um "mundo cor-de-rosa" onde todos se casam com todos e todos pensam que coisas anormais são normais.
A menina vai agora dizer que os homossexuais sofrem por não poderem ter filhos? É que se acha que isso é verdade então não se apoquente...eles que apresentem uma queixa a Deus Nosso Senhor porque se o Homem foi feito desta forma não é com "tendencias totalitárias" ou não que isso vai mudar.
Quanto a mim, abstenho-me de fazer juizos sobre o seu carácter uma vez que não a conheço de lado nenhum. E eu não tenho por hábito julgar as pessoas sem as conhecer...enfim...manias de "totalitários"...

JFFR said...

Caro David Baptista Silva

"A menina vai agora dizer que os homossexuais sofrem por não poderem ter filhos? É que se acha que isso é verdade então não se apoquente..."

É por isso que há uma data de gente que se casa por obrigação simplesmente porque... querem ter filhos. E são homossexuais. Se você acha que isso não acontece, então é porque não conhece a sociedade em que está "incerido" (lindo).

E não é pela maneira como se dirige a mim que é possível fazer-lhe logo uma radiografia ao carácter. É por essa sua... pulsãozinha totalitária e constrangedoramente ignorante (enfim, há quem goste de ser assim e ainda faça de questão de o exibir) relativamente a uma parte da população que é mais vasta do que você imagina.

Agora, difícil, difícil é tentar manter um diálogo coerente com alguém que está sempre a recorrer a Deus Nosso Senhor para poder ter argumentação. Você tem problemas de autonomia no que toca a pensar pela própria cabeça, não tem?

DBS said...

Cara JFFR

Desculpe se eu não quero colocar uma pequena parte da sociedade portuguesa à frente da maioria. Se calhar é demasiado totalitário achar que se deve pensar no bem da Nação em geral, mesmo que para isso uma minoria saia mais prejudicada. Não se pode agradar a gregos e troianos caso ainda não tenha percebido. E eu não ignoro que haja pessoas homossexuais, simplesmente não acho que se lhes deva dar importância ou direitos iguais aos da maioria normal da população heterosexual que contribui para a perpetuação da raça humana e da Nação.

A sua falta de fé e de respeito por Cristo e pela Madre Igreja confesso que me atormenta um pouco, mas sinceramente o problema é seu. Calculo que também ache que se deve benificiar outros cultos em deterimento da Fé Católica que é perfilhada por mais de 90% da população não é?

Confesso que continuo sem perceber onde é que vai buscar as "pulsõezinhas totalitárias", mas calculo que, como boa comunista que deve ser, está mais dentro do assunto que eu.

P.S - E queira desculpar o pequeno erro ortográfico, assim como o facto de eu ter sido educado na Fé de Cristo e achar que há argumentos que são válidos à luz da Fé Cristã. Mais uma vez o seu comunismo deve sentir-se bastante desconfortável com isso.

JFFR said...

Eu não sou comunista, sou de direita. Só para que saiba.

JFFR said...

O meu caro David Baptista Silva acha que não se deve conceder direitos aos homossexuais porque isso vai contra o bem da Nação. Como? As relações homossexuais continuarão a existir como existem hoje e como existirão sempre. Como é que isso interfere como o bem da Nação em geral? Provavelmente acha que havendo casamentos homossexuais (ou "contratos de partenariato", se lhe faz tanta confusão o termo) mais e mais gente se sentirá tentada a experimentar a homossexualidade. Será isso? É o perigo de "contágio" que o incomoda? É que se, como diz, não ignora que haja pessoas homossexuais, porque razão haveria a regularização da vida a dois, nessa situação, de chatear o resto da população "normal"?

Incompreensível é também o argumento da procriação. Você deixará de procriar (e de querer procriar) se dois homossexuais puderem firmar um "contrato de partenariato" (passarei a usar o termo para não ferir a sua susceptibilidade)?

MCA said...

Na questão do casamento entre pessoas do mesmo sexo parece-me que a questão está a ser mal colocada. De facto, como diz o João Prazeres de Matos, o que está em causa é o casamento entre pessoas do mesmo sexo e não entre homossexuais. O casamento é um contrato legal que corresponde a um conceito de natureza cultural e esse conceito, nas sociedades ocidentais, realiza-se entre duas (e apenas duas) pessoas de sexo diferente. Podemos questionar a legitimidade de o Estado tutelar as relações entre as pessoas. Eu (que até sou casada) não repudiaria a extinção pura e simples do casamento civil e a sua substituição por algum tipo de contrato de coabitação para fins fiscais, sucessórios, de propriedade, etc. Esse contrato poderia abranger duas pessoas de sexo diferente ou poderia abranger três ou quatro ou mais pessoas dos dois sexos ou apenas de um sexo. Por mim, é indiferente. Agora, deturpar um conceito que é historicamente anterior à própria instituição jurídica do casamento, para mim não faz sentido. Permita-se todo o tipo de uniões polígamas, poliandricas, incestuosas, tudo. Mas não lhe chamem casamento! Dêem-lhe outro nome.

MRC said...

É uma pena que a única coisa que a JS saibam fazer é apresentar projectos de lei fracturantes para mostrarem que são muito modernos e avant gardes.
Quando tiverem esgotado todos os temas da agenda passam para o quê?
Legalização de sexo entre homens e animais ???
Não têm mais nada que fazer?
E já agora João, se estás tão preocupado com a Igualdade, então não te preocupas com a grosseira violação do Princípio da Igualdade que é a nova Lei do Aborto que irá permitir que seres concebidos possam nascer, mas outros possam ser eliminados pelas próprias mães.
Aí já não te preocupas com a Igualdade? Ou também achas que o embrião é uma "coisa" sem direitos, como a fantástica Lídia Jorge?

MCA said...

Começou bem mas parece que desistiram...

Azul Neblina said...

É óbvio que, mais tarde ou mais cedo, se irá reconhecer o direito a pessoas do mesmo sexo contrairem matrimónio. Da mesma forma também irá ser reconhecido o direito à adopção de crianças por casais homossexuais. É uma questão de tempo. Por muito que se possa esbracejar contra este direito básico, estamos perante uma luta perdida. Daquelas que só servem para corroborar a terceira lei da termodinâmica. Não há nenhum argumento científico para que um casal de homossexuais não possa adoptar uma criança. O que existe é um preconceito ideológico e moral de uma certa franja da sociedade que se julga o último abencerragem dessa ideia peregrina que apenas o modelo de família heterossexual é legítimo. E depois há a grande maioria da populaça que, com a sua tacanhez e mesquinhez dignas deste país medíocre e eivado de preconceitos, simplesmente não gosta de pensar pela sua cabecinha e limita-se a servir de caixa de ressonância de patetices obscurantistas. Afirmar-se que "uma relação entre pessoas do mesmo sexo, vai contra todos os padrões normais da própria natureza" é pura ignorância e estultícia. Infelizmente não há uma tradição em Portugal de se debater estas coisas de uma forma intelectualmente honesta. O que está aqui em causa é uma elementar reparação de justiça. Mais nada. Quando tiverem um argumento rigoroso e científico contra o casamento de casais homossexuais digam-no, por favor. Estou curioso em saber o que é que a Natureza tem a dizer sobre o assunto.

E a moral? Ora, que cada um guarde a sua no seu bolso do casaco, bem aconchegadinha, e a use para questões verdadeiramente essenciais.

João Moutinho said...

Vim ver o seu blog.
Não há uma grande convergência de ideias mas há, em comum, o ideal(indestrutível) da liberdade.
Bem haja pelo blog.

Guilherme Roesler said...

João,

quando diz que "a direita tem uma tendência terrível para querer fazer do estado uma catequese e da legislação direito canónico. Mas a verdade é que vivemos num estado laico onde não existem institutos legais que pertencem a uma ou outra religião" é verdade.

Mas não por completo.

Creio que a verdadeira faceta do liberalismo, da direita, é a laica.

Se hoje os nossos liberais (digo isso em relação aos liberais brasileiros) confundem a Igreja como base da doutrina liberal cometem um sério erro.

O liberalismo é laico, nasceu contra o Estado com fé. Ponto final.

Como libertário (Ancap), não vejo problema na liberalização das drogas, casamento homossexual, ou mesmo em relação ao aborto.

Creio que posições como as defendidas pelos liberais conservadores da direita religiosa são frutos de erros que não podem ser cometidos.

Nisso estamos de acordo, tanto voces socialistas como nós liberais laicos.

Andre Morais said...

Se o futuro é o aborto por rejeição da dádiva que é uma vida, o casamento contranatura entre pessoas do mesmo sexo e a adopção de crianças por gays, sujeitando-a a uma tortura diário e a um crescimento doentio, não auguro um futuro de modernidade, mas de depravação, de deboche e degradação.
o idel de esquerda-maçónica.

Andre Morais said...

O fecho das maternidade, foi, sem dúvida para aumentar o número de abortos, depois misturam os voluntários com os acidentais e dizem que as mulheres portuguesas decidiram exprimir-se.